segunda-feira, 28 de junho de 2021

THE BOLD TYPE - O TIPO FORTE


 

The Bold Type é uma série da Netflix leve mas que tem personagens femininos muito atuais que vivem problemas relacionados ao trabalho, sexualidade, dinheiro, romance, filhos, etc. 

Amei ver os figurinos com sua simbologia de poder feminino. Amei ver Nova York, cidade onde a série foi gravada, em todas as estações do ano.

Mas o foco da série , para mim , foi o direito da mulher escolher sua carreira à família ou ao amor. Direito esse que a sociedade dá somente aos homens. Acho isso uma questão essencial às novas gerações de  mulheres e fico muito feliz que isso esteja sendo abordado por lá.

Aqui acho que temos muitos anos ainda com gerações de mulheres que perseguem um relacionamento como fonte de segurança econômica, emocional, como parte de sua aceitação pela sociedade e, o pior, por ela mesma.

Digo isso por mim, que fiquei positivamente chocada e colada na série por causa dessa temática que foi abordada de uma forma enfática.

Vivi toda a minha vida envolvida em algum relacionamento conjugal. Até meus 40 anos nunca havia ficado sozinha, sem um relacionamento com um homem, desde que comecei a namorar, com 13 anos.

Minha vida profissional sempre esteve em segundo plano. Meu verdadeiro ideal de trabalho foi deixado de lado por imposição da família.

Após terminar meu casamento, resolvi ficar sozinha, embora soubesse o quanto isso seria doloroso, porque ficar sem um homem ao meu lado, em minha cabeça , significava ter menos valor, ser rejeitada, não ser amada, etc. Muitas mulheres vão saber o que é isso!

Descobri que me relacionava com os homens pelos motivos errados - os que eu mencionei acima. Eram crenças errôneas que me faziam ficar nas relações mesmo quando elas eram ruins. 

Imbuída de coragem, terminei meu casamento e mergulhei num processo de descoberta, de conhecimento de mim mesma. 

No começo foi muito difícil e eu cheguei a adoecer. Mas depois foi muito prazeroso e, não me esqueço um dia, em minha casa, sozinha, o sentimento de felicidade que me invadiu. Havia conseguido me sentir feliz com minha vida, mesmo sem  um parceiro.

Hoje,17 anos após, eu me vejo nessa paixão por minha realização profissional. Continuo sem um relacionamento, apesar de desejar um. Mas sinto que meu foco é a profissão e, se eu tivesse que escolher, hoje escolheria minha realização profissional. 

Tenho 57 anos e estou começando uma nova carreira. Sou modelo fotográfico. |O prazer que eu sinto em fotografar e, algumas vezes desfilar, é um prazer da alma. É uma realização da alma finalmente dizendo o que veio fazer aqui. 

Por isso mexeu tanto comigo ver mulheres optando por sua carreira e deixando para trás um amor apesar do sofrimento da separação.

Essa série vai fundo nessas questões. Mostra o quanto isso é difícil porque os homens não esperam isso de nós. Ao contrário, esperam que suas vidas e escolhas valham mais do que as nossas, esperam que deixemos para trás nossas ambições profissionais no caso de um dos dois ter que optar. 

Confesso que para mim, com 57 anos, latina, vivendo num país extremamente machista, isso não me passava pela cabeça. Fui criada ouvindo que a instituição do casamento era sagrada e, por ela, deveríamos abrir mão de qualquer coisa. E não é assim até hoje?

Se você conhece uma mulher que larga seu marido por causa de sua carreira, UAU! Jura que você não vai julgar? Difícil não é?

E se ele quiser filhos e ela não quiser, justamente por que quer se dedicar à sua carreira? Nossa !!! Provavelmente você a puniria em seu pensamento!

 Você sabia que salto alto é símbolo de poder feminino?

Não perca!! Elas usam cada salto!!!


ACEITAÇÃO DO CORPO MADURO

                                             Oi queridos leitores. Como vocês  já devem ter percebido minha causa é a aceitação da mulher ma...